1 de setembro de 2008

A Viagem...

Sozinha! Dizia que queria ir sozinha mas era muito mais do que querer... era sentir essa necessidade! Queria acordar e seguir os seus instintos... sem regras, sem justificações, sem horários, sem censura... Queria vestir aquele vestido sem se preocupar se as sandálias eram as mais apropriadas, queria deixar o cabelo solto mesmo que parecesse despenteado, queria ler aquele livro e parar apenas porque chegara ao fim e não porque o relógio assim obrigava... queria dormir quando tinha sono e caminhar sem rumo à beira mar...
Ali estava serena... estranhamente serena... Os medos que lhe incutiram antes da partida estavam distantes e surpreendentemente silenciosos.
O silêncio das vozes. Essa era a maior libertação... o silêncio. Vivia a um ritmo frenético, o seu mundo cruzava muitos outros e quase não tinha tempo para explorar aquele castelo só seu... Sentia falta disso... de viver e respirar aquele lugar!
Esta viagem era o concretizar de um objectivo de vida e sentia a emoção de o fazer...

1 comentário:

Varas disse...

O silencio de que falas, só se ouve quando se anda só, pois é o nosso próprio som. No meio dos outros ele mistura-se com o resto e perde-se no barulho das multidões. E com ele perde-se a nossa essência e a nossa pureza... Enquanto o conseguires ouvir está tudo bem e pouco tens a temer.

Vieste ver-me num sonho. Depois de termos falado depois de tanto tempo, visitaste-me durante a noite. Não falaste, nada disseste, apenas te mostraste com a paz de espirito de quem sabe o que vê, mas com a sabedoria e inocencia de quem sabe o que falta ver. Ao acordar senti-me melancólico, consciente que na vida há muitas coisas para ganhar,mas tantas outras para perder se não quisermos ver além das montanhas que rodeiam o nosso presente... E num ápice o presente torna-se passado e nada mais há a fazer... será que não?