20 de setembro de 2007

Até qualquer dia...

O final da tua viagem... Ou, quem sabe, o ponto de partida. A verdade é que fiquei sem a tua presença. Faltava tão pouco para nos reencontrarmos... Revoltei-me com aquela vida livre que adoro e senti-me presa numa grande gaiola que me separa daqueles que amo, como a ti!
Vais fazer-me falta... Contigo era especial! Não me repreendias, não me criticavas, não me impunhas regras... aceitavas-me como sou, deixavas-me escolher e se por acaso falhava na escolha, estavas sempre ao meu lado... Era a tua menina, ouvias os meus lamentos e tinhas mais orgulho em mim do que alguma vez alguém teve ou haverá de ter...
Guardo as histórias que não te cansavas de repetir, o meu primeiro passeio a cavalo, o olhar cúmplice quando fazia traquinices, os doces à socapa antes das refeições, uma infância feliz... guardo a vida que só tu tinhas e sabias fazer viver!
Quando nestes últimos anos comecei a tentar zelar mais de perto pelo teu bem estar, simplesmente sorrias e confirmavas com a cabeça aquilo que eu sabia que não irias pôr em prática. Eras dono de ti e nada nem ninguém conseguiu mudar isso.
Os sinos dobraram, o relógio parou, o tempo mudou...
Os teus amigos vieram despedir-se. Aqueles amigos de toda a vida como há poucos hoje em dia... No meio da multidão reconheci muitos rostos que estavam presentes não pelo aspecto social mas porque também tinham sentido a dor de perder alguém tão importante... como tu!
Finalmente reunimo-nos todos como tu tanto querias... atendendo ao pretexto desejava que nunca tivesse acontecido!
Fechei-me em mim... Escureceu o dia e enegreceu-me a alma. Era inevitável mas, porquê agora?!

Tal com tu não gosto de despedidas, por isso, digo-te apenas... partiste mas viverás para sempre dentro do meu coração!

(a saudade aperta cada vez mais, e mais, e mais e...)