27 de setembro de 2008

O re(encontro)...

Durante muito tempo imaginava-o com detalhes, desenhava-lhe os pormenores, planeava-o com cuidado e dedicação...
Mas a anotação que lhe correspondia na agenda nunca chegou a ter uma data, uma hora... Afinal a incerteza do que poderia acontecer vencia curiosidade.
O relógio deu muitas voltas... tantas voltas...
A noite era de festa... Sorrisos, música, animação... E do nada, simplesmente aconteceu... O re(encontro)... Sentiu o tempo parar, abstraiu-se do mundo e um holofote visual ofereceu-lhe cada detalhe... Rolou uma lágrima por dentro... Ouviu as promessas, cheirou os ramos de flores, sentiu aquele abraço que os elevava para lá do mundo, viajou por onde tinham viajado e caminhou de mão dada novamente naquele trilho que era para a vida...
Quando voltou ao presente, apercebeu-se que há viagens interiores que não se conseguem ocultar...
“- Está tudo bem?”
“- Sim... Foi apenas um infeliz (re)encontro... Porque as histórias felizes que vivemos devem ficar onde estão... no passado! “

15 de setembro de 2008

Escola de Verão...

Mais do que o azul turquesa do mar, do que as areias brancas e finas, do que a brisa quente e delicada... o que fica é a marca daqueles com quem te cruzas...

Aprendes que caminhando descalço fazes verdadeiramente parte da terra...

Recordas como é fácil sorrir das banalidades e que até o mais complexo dos problemas não passa da soma de pequenas dificuldades...

Dizes genuinamente "bom dia" e nenhum rosto te faz temer...

Entras no ritmo africano e libertas o corpo nos movimentos...

Tornas-te simples... na simplicidade do ser!


1 de setembro de 2008

O dia do passeio...


A Viagem...

Sozinha! Dizia que queria ir sozinha mas era muito mais do que querer... era sentir essa necessidade! Queria acordar e seguir os seus instintos... sem regras, sem justificações, sem horários, sem censura... Queria vestir aquele vestido sem se preocupar se as sandálias eram as mais apropriadas, queria deixar o cabelo solto mesmo que parecesse despenteado, queria ler aquele livro e parar apenas porque chegara ao fim e não porque o relógio assim obrigava... queria dormir quando tinha sono e caminhar sem rumo à beira mar...
Ali estava serena... estranhamente serena... Os medos que lhe incutiram antes da partida estavam distantes e surpreendentemente silenciosos.
O silêncio das vozes. Essa era a maior libertação... o silêncio. Vivia a um ritmo frenético, o seu mundo cruzava muitos outros e quase não tinha tempo para explorar aquele castelo só seu... Sentia falta disso... de viver e respirar aquele lugar!
Esta viagem era o concretizar de um objectivo de vida e sentia a emoção de o fazer...

Momentos...


O calor suave da noite...

"- Está sozinha?!"

Sorriu...

"- Não..." - estava com ela própria e isso já é muita gente...