12 de abril de 2010

Noutro tempo... era assim...

Afinal, não fico à espera...

Se ao menos tivesse tido voz para tudo o que vai cá dentro...

6 de abril de 2010

Tempo de crescer...

Ainda tinha as mãos trémulas... Nos olhos oscilavam lágrimas que recusavam o convite da gravidade; as palavras resumiam-se a uma só: partiu!
Com os seus caracóis loiros basculantes, a sua pele branca de maças rosadas e uns olhos onde cabia o mundo, olhava para a boneca de porcelana reduzida a cacos... "Velha", pensou! Já tinha alguns anos mas era a primeira vez que a caracterizava assim... Olhou-a de cima, quando habitualmente a olhava de um ângulo inferior, e pensou que daquele ponto de vista não lhe parecia ter assim tanto brilho como sempre julgara ter... Pareceu-lhe uma boneca vulgar daquelas que se vendem numa qualquer loja de esquina.
Decidiu não a recuperar... Noutras situações teria recolhido cada pedaço para cuidadosamente recolocar no respectivo lugar e teria remendado o vestido de forma a não ser perceptível o desgaste provocado pelo tempo.
Desta vez, não! Colocou a boneca no baú das recordações juntamente com a lembrança de cada sorriso, de cada brincadeira, de cada aventura... e fechou a tampa.
Saiu do quarto e cresceu!...