2 de julho de 2012

Viagem de balão…

A vida é uma viagem com viagens dentro!
Há viagens que se escolhem fazer, outras que alguém decide por nós, algumas são solitárias, outras comuns, viaja-se pelos tempos, pelos espaços e, até se viaja de forma tão inconsciente que só é perceptível a viagem quando chega ao seu fim! Cada um vivencia a experiência com rituais próprios. Há quem leve muita bagagem, há quem adquira bagagem pelo caminho… Alguns caminham o percurso, outros escolhem conduzir pelo trilho e outros há que, simplesmente, se deixam levar…
- Vou fazer uma viagem de balão! – não é uma escolha comum mas é uma escolha.
A subida foi feita com aquele friozinho bom no estômago e aquele brilho expectante no olhar, de quem quer absorver o encanto do mundo. Estabilizada a altura, o corpo segue com o sopro do ar quente do balão na cara e a brisa fresca e macia pelo resto de si. O mais eriçante arrepio traduz o doce prazer de um fio ténue de adrenalina.
Num voo elegante, o balão é vislumbrado da terra paralela. Uns admiram-no, outros ignoram e uns quantos desejam-lhe, no mais íntimo de si, a queda abrupta. Durante largos quilómetros o vistoso, mas frágil balão, avança na sua viagem… Deslumbrado com a majestosa paisagem e com o turbilhão de sensações vividas nem toma conciência que vai perdendo altura… Cai, cai, vai caindo e cai… Só quando toca no topo das árvores se apercebe que algo correu menos bem… Inicialmente o medo bloqueia o pensamento… Mas o medo não é mais do que um concentrado de energia… Os ombros caídos dão lugar a firmeza, o tremor das mãos passa a cerrar os punhos, o olhar vago concentra-se no horizonte e a respiração superficial culmina numa inspiração profunda que devolve oxigénio à vida:
- Vamos lá pôr esse balão a ganhar altura e… voar!