29 de maio de 2010

Mundo paralelo...

Leio-te... não sabes que o faço mas absorvo cada pensamento teu transcrito em palavras que podiam ser minhas. E é isso que me intriga... A tua vivência e a minha sobrepõem-se numa enormidade de pontos. A primeira vez que me confrontei com essa realidade, fugi. Como é que pode ser?! Como é que a lua brilha para ti com o mesmo encanto que para mim?! Como é que o mar carrega para longe a nostalgia que lhe levas assim como acontece comigo?! Como é que partilhas a minha ilusão se ela é só minha?!
Aos poucos reaproximo-me lentamente... Mas mantenho uma certa distância. Compreendo bem demais as tuas inquietações mas, por razões para mim mais do que óbvias, o teu mundo, nunca, jamais deverá tocar o meu...

20 de maio de 2010

Montanha russa...

Este silêncio outra vez… Contigo por perto tinha mais inspiração, escrevia mais, tinha mais emoção no dia a dia! Vivia sentada na primeira fila de uma montanha russa daquelas bem altas e complicadas com voltas e mais voltas… Uma daquelas em que quando te sentas e apertas o cinto de segurança tens vontade de sair a correr porque só pensas “Onde é que eu me vim meter?!”. E depois começa a viagem… bem devagar e agradável… sobes uma ligeira elevação e desfrutas da brisa da descida sentindo um buraco no lugar do estômago… e vais avançando, subindo e descendo descontraidamente até que, sem saberes bem como, tens os pés no lugar da cabeça e vês o mundo ao contrário! Aí sentes aquele nó na garganta e sorris quando regressas à verticalidade comum. Mas a viagem continua… sobes, desces, viras para um lado e a seguir para o outro… e chega um momento em que vais subindo, subindo, lentamente subindo… e quando chegas ao cimo páras e ficas deslumbrado com a vista… O horizonte ali tão perto... sentes que se abrires os braços consegues voar! Sentes-te livre! No instante seguinte começas, inesperadamente, a cair… Abruptamente, violentamente, cais a toda a velocidade enquanto te agarras com toda a tua energia à barra de segurança… tens a mente vazia pelo medo e cais… cais… até seres travado inesperadamente quando chegas ao final da descida. O coração bate forte, as mãos suadas permanecem firmemente cravadas e escorre um suor frio pelo canto da testa… És conduzido lentamente até ao fim do percurso, ouves uma voz sorridente pronunciar um "Obrigado pela sua viagem" e sais com uma nausea estranhamente agradável. Mas o mais incrível disto tudo é que ficas com uma vontade enorme de… repetir!

Eu deixei-me de montanhas russas e dediquei-me aos serenos carrosséis. Se bem que estes círculos monótonos estão a deixar-me indisposta…